💔 A mãe de Manuel Maria Trindade quebra o silêncio: dor, coragem e um gesto que salva vidas
A comoção continua intensa após a morte de Manuel Maria Trindade, 22 anos, forcado do Grupo de São Manços, colhido de forma fatal durante uma corrida no Campo Pequeno, em Lisboa. Ícone emergente da tauromaquia alentejana, Manuel partiu no auge dos sonhos — e deixou o país dividido entre a dor e o debate.

Quem falou, com o coração nas mãos, foi a mãe, Alzira Beringel Trindade. Num desabafo público, respondeu às reações hostis que surgiram após a tragédia e pediu respeito pelo luto: “Vocês conheceram-no para ficarem contentes com a sua morte?”. As palavras, cruas e verdadeiras, ecoaram nas redes e deram rosto à dor de uma mãe que viu o filho tornar-se tópico de discussão quando precisava apenas de silêncio e amparo.
Da perda, porém, nasceu um gesto de humanidade rara: a família decidiu doar os órgãos de Manuel, permitindo que sete pessoas tenham uma nova oportunidade de vida. “Ele vai continuar vivo em sete pessoas”, escreveu Alzira, transformando a despedida num ato de amor que ultrapassa qualquer trincheira do debate público.
Entre memórias e homenagens, fica a imagem de um jovem que viveu a sua tradição com coragem e alegria — e que, no fim, fez do próprio corpo um legado de esperança. Para os que o amavam, Manuel não termina no minuto da queda: continua nas histórias dos amigos de praça, no orgulho de São Manços, e no bater de sete corações que, agora, também são um pouco seus.