Nuno Guerreiro, a voz sublime que marcou gerações, partiu aos 52 anos — Portugal chora a perda de um artista irrepetível
Nuno Guerreiro, uma das vozes mais marcantes da música portuguesa, partiu aos 52 anos. A notícia foi avançada pela SIC e confirmada por Vítor Aleixo, presidente da Câmara Municipal de Loulé, que recorreu às redes sociais para partilhar o pesar: “Estamos destroçados. A Câmara Municipal de Loulé emitirá um comunicado nas próximas horas.” Partiu o cantor Nuno Guerreiro aos 52 anos De acordo com fonte da autarquia, o cantor Nuno Guerreiro, vocalista da banda Ala dos Namorados, deu entrada no hospital há alguns dias atrás.
Portugal amanheceu mais pobre. A música ficou mais silenciosa. E milhares de portugueses sentiram, ao mesmo tempo, o vazio deixado por uma das vozes mais singulares e emocionantes do país. Nuno Guerreiro, vocalista dos Ala dos Namorados, partiu aos 52 anos — e a notícia, avançada pela SIC e confirmada pelo presidente da Câmara Municipal de Loulé, caiu como um choque brutal sobre todos aqueles que, ao longo de décadas, se deixaram tocar pela sua forma única de cantar.
“Estamos destroçados”, escreveu Vítor Aleixo nas redes sociais, num desabafo breve, mas carregado de uma dor que atravessou o país inteiro. “A Câmara Municipal de Loulé emitirá um comunicado nas próximas horas.”
E, de repente, uma nação inteira percebeu que tinha perdido não apenas um artista, mas um símbolo vivo de sensibilidade, de entrega e de autenticidade artística.
Uma luta silenciosa no hospital
De acordo com a autarquia, Nuno Guerreiro tinha dado entrada no hospital alguns dias antes, enfrentando uma infeção grave. Tudo aconteceu esta quinta-feira, às 14h21, na unidade de São Francisco Xavier, em Lisboa, onde o cantor estava internado e a lutar pela vida.
Foi ali, longe dos palcos mas rodeado de cuidados, que o país perdeu uma das suas joias mais raras.
A notícia espalhou-se rapidamente — e com ela, uma onda de incredulidade. Porque parecia impossível que aquela voz tão leve, tão doce e ao mesmo tempo tão poderosa tivesse-se calado para sempre.
Uma carreira feita de luz, coragem e versatilidade
Natural de Loulé, Nuno Guerreiro conquistou o país nos anos 90 graças ao seu registo vocal absolutamente inconfundível. Como vocalista dos Ala dos Namorados, deu vida a canções que se tornaram intemporais e que continuam presentes na memória coletiva:
🎵 “Solta-se o Beijo”
🎵 “Bugia”
🎵 “Loucos de Lisboa”
A sua voz — simultaneamente frágil e gigantesca — era o tipo de timbre que se reconhece ao primeiro segundo, que arrepia sem esforço, que transforma uma simples frase numa história inteira.
Mas Nuno nunca se limitou ao pop.
Formou-se na Escola de Dança do Conservatório Nacional, dominava repertórios que iam do fado à música erudita, e tinha uma capacidade rara de transitar entre géneros com a mesma naturalidade com que respirava.
Era, acima de tudo, um artista completo.
Uma despedida que comove o país
Nas redes sociais, as mensagens multiplicam-se a cada minuto.
Colegas de profissão, figuras públicas, amigos, fãs anónimos — todos escrevem a mesma coisa:
gratidão.
Gratidão pela música, pela sensibilidade, pela forma como Nuno Guerreiro podia transformar uma simples canção numa confissão emocional, num abraço cheio de verdade.
Há quem recorde concertos inesquecíveis.
Há quem recorde encontros breves que nunca mais esqueceu.
Há quem simplesmente escreva: “Obrigada, Nuno. A tua voz fica para sempre.”
E fica mesmo.
Porque há artistas que ocupam um lugar tão claro na memória de um país que não precisam de estar presentes para continuar a existir.
Portugal despede-se, mas não esquece
A morte de Nuno Guerreiro não é apenas o fim de uma vida.
É o fim de uma era da música portuguesa.
É o silêncio que se instala depois de uma última nota que não queríamos que terminasse.
É o reconhecimento de que uma voz como a dele — rara, luminosa, inacreditavelmente sensível — só surge uma vez por geração.
Hoje, Portugal chora.
Mas também agradece.
Porque a arte que Nuno deixou é eterna, e continuará a ecoar nas rádios, nos palcos, nas memórias e no coração de todos os que se emocionaram com ele.