A dor de uma mãe nunca termina — apenas muda de forma. Filomena Teixeira, há mais de vinte e cinco anos mergulhada na busca interminável pelo filho desaparecido, Rui Pedro, voltou a emocionar o país ao surgir com uma revelação inesperada e um desabafo que ninguém esperava ouvir.
Numa entrevista exclusiva concedida à revista Maria, Filomena abriu o coração como raramente faz. À beira das lágrimas, contou que vai voltar a ser avó — a filha Carina está grávida novamente, desta vez de um menino. A notícia poderia representar apenas mais um capítulo feliz na vida da família, mas nas palavras da mãe incansável, a alegria vem misturada com melancolia e lembranças que nunca se apagam.
A voz tremeu, mas manteve a firmeza que há décadas a torna símbolo de esperança para tantas famílias portuguesas. Desde aquele 6 de março de 1998, quando Rui Pedro desapareceu sem deixar rasto, Filomena vive dividida entre dois mundos — o da fé e o da ausência. E mesmo agora, com um novo neto a caminho, a presença do filho perdido continua a ecoar na casa, como se nunca tivesse saído.
Entre sorrisos tímidos e pausas carregadas de emoção, Filomena confessou que sente, por vezes, a presença de Rui Pedro nos pequenos detalhes do dia a dia. “Há dias em que acordo e sinto que ele está por perto. É como se me dissesse para continuar, para não desistir.” A chegada do novo bebé, disse, é quase como uma resposta ao universo. “Talvez seja um sinal… uma nova vida, um novo começo. Mas nunca um esquecimento.”

A vida de Filomena continua marcada por uma mistura de força e resignação. Apesar de já não manter uma relação conjugal tradicional com o marido, Manuel Mendonça, o casal continua a viver sob o mesmo teto. “A dor uniu-nos de uma forma estranha. Já não somos o que éramos, mas somos o que resta um do outro. E isso basta.
Os dois partilham a mesma casa, as mesmas fotografias nas paredes e o mesmo vazio nas manhãs silenciosas. À mesa, o lugar de Rui Pedro permanece intacto, como um ritual impossível de quebrar. “Muitas pessoas acham que é loucura, mas eu nunca o retirei. É o meu modo de mantê-lo comigo”, contou, emocionada.
O tempo passou, os cabelos embranqueceram, mas a chama de esperança dentro de Filomena nunca se apagou. Mesmo depois de tantos anos de buscas frustradas, de promessas e investigações que nada resolveram, ela continua a acreditar que um dia a porta se abrirá — e o filho voltará.