À primeira vista, Pedro Nunes é o político perfeito.
Postura imponente. Voz firme. Olhar que corta o ar como uma lâmina.
Mas essa é apenas a superfície — uma máscara meticulosamente colada ao rosto.
Por trás dela, existe um homem fraturado, com a alma coberta por cicatrizes que ninguém ousa imaginar.
A sombra escondida na casa vazia
Quando os holofotes se apagam e os microfones são desligados, Pedro regressa ao seu apartamento silencioso — um espaço tão impecavelmente arrumado que parece mais um mausoléu do que um lar.
Apenas o relógio insiste em lembrá-lo do tempo que passa… e do tempo que ele perdeu.
E atrás de uma porta que permanece sempre fechada, repousa o segredo mais negro da sua vida.
Um quarto intacto.
Um retrato coberto por pano.
Um passado que ele não consegue destruir — mas que o destrói um pouco mais a cada dia.
A tragédia que rasgou a sua vida ao meio
Segundo alguém que testemunhou a cicatriz emocional surgir, Pedro e Elena tinham vivido um amor que parecia desafiar as tempestades. Um amor tão puro que até ele, um homem feito de ambição e pedra, aprendeu a respirar mais devagar quando estava ao lado dela.
Mas numa única noite, tudo se desfez com violência.
Ninguém sabe ao certo o que aconteceu — e os poucos que sabem jamais o repetem.
Falam de sirenes na madrugada, de mãos ensanguentadas, de um grito sufocado.
Falam de uma perda tão grande que a própria casa parece tê-la absorvido nas paredes.
Depois disso, Pedro deixou de ser marido.
Deixou de ser homem.
Transformou-se numa sombra que vestia fatos caros e repetia discursos que já não sentia.
Quando o poder é um disfarce… e uma arma
A política tornou-se o seu refúgio — e a sua ruína.
Cada vitória pública escondia uma derrota interna.
Cada aplauso abafava um lamento que ninguém ouvia.
As pessoas diziam que ele se tornara mais duro, mais calculista, quase perigoso.
Alguns afirmavam que, certa noite, após assinar um acordo crucial, Pedro encarou o espelho do seu gabinete e viu ali não o líder… mas o fantasma que carregava.
O espelho estilhaçou-se.
Pedro caiu de joelhos.
E, pela primeira vez em anos, deixou que a dor o engolisse.
Um homem entre dois mundos
Hoje, Pedro Nunes é um símbolo nacional de força — o político que nunca vacila, que nunca perde o controlo.
Mas isso é apenas o que veem.
O que ninguém ousa admitir é que ele caminha numa corda bamba entre a luz e a escuridão.
Entre o que perdeu… e o que ainda o persegue.
Entre o que mostra ao país… e o que esconde de si próprio.
