A tarde de 19 de novembro em Eiras começou como tantas outras — ruas tranquilas, trânsito habitual, um céu cinzento a anunciar o inverno. Mas, em poucos segundos, tudo mudou.
A comunidade de Coimbra viveu um dos dias mais sombrios da sua memória recente, quando dois homens profundamente acarinhados — Nuno Gaspar, 21 anos, e Fernando Castanheira, 82 — perderam a vida num trágico acidente que deixou a região mergulhada em dor.
O jovem que todos admiravam
Nuno Gaspar era mais do que um nome; era um sorriso conhecido, um jovem dedicado, apaixonado pelo que fazia e sempre rodeado de amigos. Natural da zona de Coimbra, carregava aquela energia contagiante que ilumina qualquer lugar.
Na AMBikes — a oficina onde trabalhava — descreviam-no como alguém que transformava o trabalho em entusiasmo e a rotina em alegria.
A sua vida, que parecia tão cheia de futuro, cruzou-se de forma fatal com a de Fernando Castanheira naquela tarde.
O momento que dividiu a vida da vila em “antes” e “depois”
Foi na Rua Adriano Lucas, junto à Bluepharma, que o destino se revelou cruel. Segundo o que foi apurado, uma manobra mal calculada por Fernando Castanheira, ao volante do seu Toyota Yaris, colocou o motociclo de Nuno numa trajetória impossível de evitar.
O impacto, violento e repentino, deixou o cenário envolto num silêncio pesado — daqueles que se instalam quando as palavras simplesmente falham.
Vizinhos correram à rua. Trabalhadores das empresas próximas pararam, incrédulos.
Eiras, num instante, tornou-se palco de uma tragédia que ninguém imaginava testemunhar.
Nenhum dos dois resistiu.
A dor que percorreu a comunidade
A confirmação do falecimento de Fernando Castanheira chegou pouco depois. Para a população local, já emocionalmente abalada com a perda de Nuno, foi como levar um segundo golpe quando ainda tentavam recuperar do primeiro.
Dois homens, duas vidas diferentes, duas histórias paralelas que se encontraram apenas naquele instante… e que partiram juntas.
Um adeus que ecoou por toda a região
As redes sociais encheram-se de mensagens, memórias e homenagens.
A AMBikes publicou uma nota que comoveu todos os que acompanharam o caso:
“Um colega dedicado, gentil e apaixonado pelo que fazia.
O Nuno foi uma delas. Será sempre um dos nossos.”
Palavras simples, mas dolorosamente verdadeiras, que capturaram o impacto que este jovem deixou naqueles que tiveram o privilégio de o conhecer.
